Meu espectro vaga as ruas
desta São Luís errante,
sob os sóis e suas bundas
lá ao norte do mirante.
Sol-posto em manhã de usuras,
rédeas em meu posto-ser,
embora sou-me às suas
o que em mim há de te ser.
Aflijo-me, após caio
em assoalhos de vento,
volto, após parto
no meu parto de feto.
Valho o ser sem valor,
seu sífilis, suas chagas,
suas velhas cosas sou,
cosas suas velhas pardas.
As pragas que te empesta
a púbis, é o teu estar,
roendo o osso que resta
ao teu resto tapar,
tua vácua presença humana,
as vozes do teu haver,
as tetas de tua mama
e o teu maldito por quê.
Rogo um além qualquer
no púlpito do santo-cacareco
e peço-lhe fezes-fé,
um adeus que me não meço.
E enquanto à noite venho,
cá dentro deste eterno ser
que não possas onde lenho
se fazer qualquer por quê.
Mas em Ti não há teu Ser,
nem o Ser que em Ti há,
foi-te incrédulo ao crer
no ignoto sonho ao mar.
A mim, desfeito em pó,
não cabe o ser-te os sois,
sob este sol de rococó
nos poréns de teus depois.
Sorris-te assim de quê?
Ai de ti, ser do além!
Vejo-o, todo a mercê,
dentre o Kyrie e o amém.
Durmo no seio que me nutre
de lembranças não havidas,
no haver-me carniça em abutre
que se enchem às vísceras minhas.
De gadanho um pseudo me lavra,
posto que não me entranho
qual me entranha a verme larva,
não sozinha, aos bandos,
entupindo-me em dissabores,
às avessas se alimentando
da minha carne em sabores
góticos em pitada de antanho.
Quantas partes me amputaram?
Tiram-me a mais-valia
deste cerco de arame farpado
a rasgar-me tantas tripas,
a molharem este século
de nódoas futurísticas
do insalubre que me servo
rente a poça logarítmica,
neste bicho que me estou
guardado só por estar,
perto ao baço que me vou
junto às merdas soçobrar...
eu compraria teu livro !!!heuheuehueheuheueh
ResponderExcluir(vergonha de seguir, teu blog humilha o meu heuheuehueheuheuehueheueh)
Ótimo!