quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pensamento Avulso I

Quem ainda se preocupa com a ideologia? Já experimentei fazer tal pergunta aos que residem sob a Ponte Bandeira Tribuzzi, lá onde há inúmeras palafitas que, indubitavelmente, é o resumo da índole de nossa cidade. Será que ainda há resquícios, um quê que seja de ideologia presente entre aquele grupo feminino entusiasmado às vitrinas, ou àquela roda de jovens aos cantos no escopo da mexericagem? Entristeço-me quando vejo a idolatria (desculpem-me aos fanáticos), mas o fanatismo nos faz esquecer de Si mesmo, mas isso não vem ao caso, não adquirindo repercussão, pois foi alguma ojeriza passageira deste meu céu em fosso. As ideologias das pessoas (voltando ao assunto) estão sendo sufocadas, na maior parte, pela necessidade, sempre havendo pseudo-emoção quando há bondades fugazes que, em época de campanha política intumesce a muitos, desvanecendo-se a ideologia no ataúde do estômago, no recanto dos famintos, na momentaneidade que engana e viabiliza a bestialização que já vem sendo consubstanciada pela mídia, pelos programas de entretenimentos eólicos, desprovidos de qualquer conteúdo cultural, e quando falo cultural não me refiro à cultura definida pelos antropólogos, como o Keesing ou Eagleton, mas a cultura clássica, em suma, o alicerce do túmido. E o que podemos fazer? Talvez ficarmos em casa e nos derramar por sobre pensamentos, já que, se relatarmos o que andamos pensando, numa roda de chope, consequentemente seremos rejeitados, isto é, não nos darão ouvido, atenção. Então, como inteligente somos (falo isso aos que ainda sonham), falemos sobre o jogo entre o Vasco e o Botafogo, falemos sobre o último show ocorrido ou sobre a micareta que irá ocorrer. Assim não seremos excluídos das rodas, tampouco da “sociedade”...



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