sábado, 16 de outubro de 2010

Tetas de um poema

Poemas de um ser reumático
após sóis de tendões,
como o foi o rogo apático
do senhor e suas sezões,
membranoso Orfeu asmático,
não funcionam-lhe os pulmões,

sem a estréia dos membros
esqueléticos de um tísico,
sem o bromo dos menos
na calvice dos mitos,
erguem-se os templos
em sepulto de um quisto.

Ah! Que verbos ortodoxos
renascidos tão crus,
sob um pó de dióxido,
sob a índole em us,
sem qualquer pago óbolo
de  um cínico nu.

Ó maternal crucifixo
no eclipse das órbitas,
materiais de um maldito,
promoção de uma ótica,
meu sudário tangido
no suor das duas horas.

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